
Esta matéria é muito interessante e nos mostra muitas peculiaridades em relação ao uso de cores. Geralmente a maioria das pessoas tem cero receio a que tipo de cor usar, seja nas paredes ou acessórios de decoração. Portanto, vale a pena acrescentar o respeito ao uso das cores e a ideia de proporção das áreas. Quero agradecer a autorização do site de origem da matéria, por permitir a postagem aqui no blog da Decor & Design.
Fonte: http://acorsimplificada.com.br/simbologia/?fb_action_ids=10201769880966511&fb_action_types=og.likes
Simbologia das Cores
Nos estudos relacionados às teorias da psicologia e aos arquétipos perceptuais, a cor é vista com uma linguagem própria. Entender a percepção humana em relação à cor passa, obrigatoriamente, pela compreensão do simbólico, o que faz com que ela seja mais do que um mecanismo fisiológico e um fenômeno físico.
No estudo do simbolismo das cores, a origem de sua compreensão é importante para se entender os aspectos culturais e psicológicos, que resultam na abordagem do assunto nos dias atuais.
Desde a antiguidade, seja no Oriente ou no Ocidente, as cores são colocadas como símbolos divinos e surgem como parte de três línguas distintas: a divina, a sagrada e a profana.
A divina revela a existência de Deus e, simbolicamente, é uma língua entendida por diferentes culturas. Como exemplo, o arco-íris, na crença cristã, simboliza a aliança de Deus com a Terra. Na mitologia grega, ele é símbolo de Iris, mensageira dos deuses.
A língua sagrada é representada na arquitetura e nas artes e, também, na indumentária, e registra a origem de diferentes povos. O vermelho, nas culturas cristãs, é símbolo do amor divino e da santificação representada pelo Espírito Santo. Na Grécia, as igrejas católicas Ortodoxas com tetos vermelhos, são dedicadas ao Espírito Santo.
A profana, que representa a materialização dos símbolos, comunica diretamente aos homens o que pode não estar claro nas outras duas línguas, regulando a vida comum, colocando no simbolismo da cor ideias religiosas, políticas e administrativas que representam a formação dos povos em diferentes épocas. Esta é a que nos influencia diretamente. Um exemplo de como esta decodificação se dá, o vermelho como símbolo do amor humano, é reconhecido com o símbolo do amor divino.
O estudo dos aspectos religiosos e culturais da simbologia das cores é importante, pois as coloca nas origens da formação dos povos, demonstrando como o entendimento da cor influencia a sua escolha e coloca o conhecimento de suas origens em nossa cultura atual. Em 1810, os artistas alemães Friedrich Overbeck e Franz Pforr, compartilhavam da ideia de que as cores das roupas nas pinturas podiam revelar o caráter das figuras retratadas.
A cultura árabe, que influenciou a Península Ibérica, contribuiu para o que ainda hoje entendemos na linguagem das cores, segundo uma oposição em seus significados. O azul representa a fidelidade e a tristeza; o amarelo o ciúme e a sabedoria; o vermelho a crueldade e o amor; o preto ao luto e a dignidade.
Dos inúmeros significados dados às cores, um dos estudos relevantes foi feito por Goethe. Filósofo e escritor alemão estudou exaustivamente a cor e escreveu uma doutrina, onde relata as diferentes abordagens dos seus estudos sobre e a teoria da polarização onde as cores possuem energias emocionais que se diferem na sua essência entre ativas e passivas. Ele expõe o verdadeiro entendimento da substância colorida nos lugares e nos objetos: a cor é a emoção da luz. E, se tratando de sentimentos, a emoção é o início, e a significação da cor, vista em Goethe, ajuda a construir o seu entendimento.
O Efeito das Cores
Os usos e escolhas passam pela construção de um repertório colorido cujo significado das cores é importante para criar e entender o relacionamento do homem com o meio em que vive e convive. Sentimentos coletivos demonstraram a existência de reações básicas comuns para as cores em uma linguagem universal, que tem a ver com os níveis divino e sagrado visto anteriormente. Alguns deles eu coloco aqui como referência que podem até ser contestadas, mas, definitivamente são sentidas pelo coletivo em diferentes culturas.
Amarelo
Amarelo: refletivo e luminoso é a cor mais alegre. Representa um futuro brilhante, esperança e sabedoria. Quando usado em publicidade e embalagens ele representa atividade. É o símbolo de Mercúrio, o mensageiro dos Deuses. O sol e o amarelo são símbolos da inteligência divina. É a cor mais próxima da luz, com muita pulsação óptica, fazendo com que as superfícies, tingidas por ela, expandam-se. Proporciona calor e alegria criando uma sensação agradável. Como atrai o olhar imediatamente é usada para chamar a atenção e comunicar alguma ideia. Ela também significa o brilho que reluz do dourado e do indivíduo, representando a sua inteligência. É, também, representante do ouro da sabedoria divina, a luz revelada. Assim como no cristianismo, também na China, simboliza a fé.Para os árabes, que influenciaram diretamente a cultura Ibérica, o amarelo tem dois sentidos opostos. O primeiro, dourado, significa a sabedoria, o segundo, pálido, significa o engano e a traição. Uma expressão popular no Brasil é de a pessoa “amarelou”, significando covardia. Kandinsky fala que ela é a cor da terra e dos sons estridentes. Em sua forma primordial é obtusa e angulosa. Com intensidade forte, ela é o símbolo da energia e da atividade mental e física.
Vermelho
É uma cor estimulante e excitante, possui associação positiva para a paixão, força, atividade e aconchego e uma negativa para agressividade, raiva, intensidade e sangue. A sua agressividade masculina é sempre ligada ao combate, dominação e rebelião. O vermelho, também, significa vida, provavelmente devido a ligação com o sangue. É a cor do amor. Na antiga mitologia grega, as roupas vermelhas significavam o sacrifício e o amor. O mais puro vermelho pode ser facilmente ativo ou passivo, devido ao seu estado central entre o amarelo e o azul. Segundo Goethe, a emoção que esta cor transmite, é ao mesmo tempo, de gravidade e dignidade, graça e atração, assim como amor, força e atividade, irradiando calor. Sem dúvida, é uma cor estimulante e provocativa, que domina todas as cores que fazem par com ela. Ele tem a representatividade do espírito guerreiro, ligado ao planeta Marte.
Laranja
quando brilhante é estimulante; quando luminoso é caloroso. Na associação positiva esta cor é jovial, energética, extrovertida e sociável. É a cor natural do fogo, apesar do vermelho ser o seu símbolo. O marrom é um tom laranja escuro e, psicologicamente, está ligado ao conforto e a segurança. Por lembrar a terra sugere estabilidade. Mistura do amarelo (luz) com o vermelho (calor), esta cor possui espírito inquieto e jovial. Ao mesmo tempo ela é vívida, energética, social e extrovertida. Tem irradiação intensa e solar, tingindo a aurora, o que faz com que ela seja calorosa e, ao mesmo tempo, ativa. É a cor naturalmente associada ao fogo, possuindo, sempre, uma conotação positiva. Seu simbolismo, na origem, está ligado à revelação do amor divino e do casamento indissolúvel. A cor laranja é fonte de energia contagiante. Ela está ligada à atividade infantil, onde a energia é contínua, revigorante e alegre, sempre incansável. Adota características das duas cores de sua mistura (amarelo e vermelho) em maior ou menor quantidade, dependendo da participação que cada uma tem na sua composição: mais pulsante se for um vermelho alaranjado; mais luminoso e radiante se for um amarelo avermelhado.
Azul
é a cor da paz e tem um efeito relaxante e fruto da expressão popular “tudo azul”, que significa “está tudo bem”. Dá uma impressão de calma, segurança, conforto, sobriedade e contemplação. Em seu lado negativo, é depressivo, úmido e melancólico. É uma cor escura e sempre fria, mas com grande efeito relaxante nos ambientes. Misturada ao preto e às sombras melancólicas ela se torna fria. Quando aplicada em ambientes, provoca uma sensação de expansão do lugar. Esta cor, em composição com cores ativas (amarelo e laranja), provoca uma sensação agradável. O azul tem características fortes de passividade, quietude, calma, segurança, paz e contemplação. Proporciona conforto para ambientes mais tranquilos, incentivando o indivíduo a sua interiorização e reflexão. Em sua origem simbólica, representa a verdade e a criação divinas e, segundo os gregos, do fogo etéreo. Na China, o azul é uma a cor atribuída aos mortos, simbolizando as almas. Na Idade Média, a Virgem era representada com um manto azul, trazendo em seu significado a morte de Cristo. Na Grécia, as igrejas católicas Ortodoxas que têm o teto pintado de azul, são dedicadas a Nossa Senhora.O azul é a cor tipicamente celeste e, por isso mesmo, o oposto da atividade do amarelo terrestre. É desta característica que surge o conceito das cores passivas (azul e violeta), elas são sensíveis ao não-movimento ou provocadoras do movimento concêntrico, que leva para o interior do ser humano. Goethe fala em uma energia de profundidade e afastamento. Os objetos impregnados com azul afastam-se do observador e o impelem à contemplação inerte. Fria em sua essência, esta cor contrapõe-se ao calor do vermelho e do laranja. Esta percepção ganha um significado no ser humano, que forma os parâmetros da tranquilidade, associando o azul com a infinitude do círculo, fechando em si mesmo este movimento. As combinações desta natureza energética determinam, aos objetos por elas impregnados um caráter de afastamento e um estado quase espiritual.
Violeta
É a mistura do azul com o vermelho, cores psicologicamente opostas. Na associação positiva, é dignificante e exclusivo. No lado negativo é pomposo. É a cor utilizada por muitos clérigos e sugere a integridade do azul e a força do vermelho. Mistura por igual do vermelho com o azul, esta cor se desprende dos significados de suas duas cores de origem, reunindo, em sua simbologia, a união da verdade, da sabedoria e do amor. Símbolo da união divina com o homem, ela é mística e espiritual em sua essência, sendo escolhida como a cor do clérigo e do período da quaresma. Esta cor apresenta equilíbrio e, por isso mesmo, é associada à nobreza e dignidade. Em algumas ilustrações da Idade Média, o violeta é utilizado como cor fúnebre. Esta relação tem forte influência em certas culturas que a rejeitam.
Preto
Expressa, diferentemente, a escuridão e o poder. Um poder que induz o medo. Na moda ele significa status, elegância e riqueza. A cor da absorção total da luz, do nada, daquele que não é. Simbolicamente, ela representa a ausência e anula os efeitos do entorno, acentuando a essência da forma. Na heráldica, o preto significa as tradições. Sobre esta cor todas as outras se destacam, acentuando suas características. Em combinação com o branco, desperta a dualidade inerente ao ser humano, que o leva ao crescimento. Ela também representa o poder, a elegância, a riqueza e a dignidade. Na China o preto simboliza o inverno e entre os ocidentais, tendo esta origem na antiga Atenas, simboliza a aflição, sendo considerada pelos gregos a cor do luto.
Branco
É a cor celestial, espiritual, do santificado e inocente. No cristianismo, significa a pureza e a castidade. A cor da reflexão da luz, da pureza, do limpo e da verdade absoluta. É a síntese das cores, aparece na natureza quando a água cristaliza. O branco aplicado em ambientes provoca emoções resultantes de uma falta de atividade. Ele acentua a passividade e reduz a forte luminosidade de outras cores combinadas. Ela é celestial, inocente e pura. Símbolo da regeneração da alma foi ordenado por Pitágoras, para ser usada como a cor da veste de seus discípulos como símbolo de bom presságio da imortalidade.
Verde
A sua associação positiva é com a vida, calma, quietude, tranquilidade e frescor. Existe um lado contraditório dela, utilizado para representar veneno. É o resultado da mistura do amarelo com o azul. Quanto mais amarelada, torna-se inquieta, acidulada. Quanto mais se aproxima da tonalidade azul, mais ela leva ao descanso. Ela anula todas as características das primárias que a formaram, resultando em um equilíbrio entre o ativo e o passivo, significando um repouso refrescante, ligado à vida e à abundância. É a cor da esperança e da natureza e, portanto, da fertilidade. Na origem de sua simbologia, é a cor atribuída à água e também da regeneração e do renascimento na primavera. Para os árabes, o verde simboliza a iniciação ao conhecimento divino, a alegria e a juventude.O verde, cuja composição tonal é a mistura, por igual, entre o amarelo e o azul, dá a esta tonalidade um equilíbrio energético entre os dois lados: o ativo (amarelo) e o passivo (azul). Esta estrutura torna o verde uma cor revigorante e equilibrada, contribuindo para o estado humano do repouso reparador, sem tensões de energia ou grandes contrastes.
Na significação das cores, detectamos pontos de intercessão, que permitem traçar uma característica emocional relacionando-as. Os significados que surgem a partir das cores, definem a forma do mundo construído. Esta afirmação, contudo, não encerra, em si, a verdade sobre a simbologia resultante da emanação das cores, ela insita a pesquisa sobre a construção de diferentes significados, que variam conforme diferentes fatores socioculturais, fisiológicos e psicológicos do indivíduo. Cabe aqui o questionamento sobre que ponto de vista devemos entender as cores.